quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Aprendendo com Mudanças



Não tem jeito: vai chegando o fim de ano e acabamos por fazer uma revisão do ano. Mais que isso, podemos ampliar o olhar e pensar nos últimos anos de nossa vida, ainda mais ao sentir que uma nova etapa está por vir e uma outra se encerra. Vão aqui pensamentos que surgiram após tantas mudanças do últimos anos.


TRABALHO

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Nascer e Morrer: proximidade de duas experiências

Quando criança, as primeiras experiências de que me lembro de morte de um ente querido e de vida/ nascimento de um membro da família foram bem próximas uma da outra, no mesmo ano, num mês após o outro.

E hoje em dia tenho pensando no quanto essas duas experiências muitas vezes se aproximam na forma como são tratadas pela cultura.

Tive estágios na faculdade e matérias que faziam refletir sobre essa temática, sobretudo o da morte. Tenho ainda hoje um livro que comprei "Morte e desenvolvimento humano" que fala de como a situação da morte era encarada de forma diferente em épocas diferentes e de como a morte está presente em nossa vida desde que nascemos.

Em pesquisas que participei na faculdade, refletiamos acerca dessa nossa cultura do capitalismo que estimula o sucesso, o ter, o consumismo, enquanto tenta esconder a morte, negá-la, deixando relegada ao vazio do hospital como se essa situação não fizesse parte da existência humana ao longo de toda sua história.

Atualmente, tenho lido muito sobre parto humanizado (idéias que também tinha tido contato na faculdade), em pesssoas questionando essa onda da cultura atual de fazer cesárias sem necessidade e partos com intervenções desnecessárias que prejudicam esse momento tão precioso da vida humana.

Comecei a pensar no quanto o "nascer" e o "morrer" foram vistos de formas diferentes ao longo de diferentes épocas de nossa cultura ocidental. Em outros tempos, as pessoas nasciam em casa. E em casa, davam o seu último suspiro.

E hoje? Hoje, em geral, nascem cercados de procedimentos na frieza e impessoalidade de um hospital, e nesse mesmo local, chegam a falecer. Temos ouvido todo um discurso que acentua a importância do atendimento humanizado em saúde, e dentre outras coisas, esboça-se um retorno à morte e ao nascimento em casa, ou ao menos, sem tanta desumanização como tem acontecido nos hospitais.

Podemos dizer que estamos num processo de questionamento dessa era tecnológica que esconde processos tão importantes - e naturais da existência - como o nascer e o morrer num ambiente inóspito como o hospital.

Mas como mudar isso, se já estamos tão mergulhados nessa cultura? Como ampliar nossa consciência e conseguir agir no mundo para que possamos produzir nascimentos mais ativos e menos invasivo (que vão influenciar positivamente na subjetividade do novo ser), e como propiciar que a morte possa chegar com mais serenidade (e com naturalidade), não esquecendo que ambos - nascer e morrer - são processos naturais da vida?

"Nascimento e morte são meros parentesis na história sem fim da criação." (Deepak Chopra)