quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Aprendendo com Mudanças



Não tem jeito: vai chegando o fim de ano e acabamos por fazer uma revisão do ano. Mais que isso, podemos ampliar o olhar e pensar nos últimos anos de nossa vida, ainda mais ao sentir que uma nova etapa está por vir e uma outra se encerra. Vão aqui pensamentos que surgiram após tantas mudanças do últimos anos.


TRABALHO



Ocupação laboral: é importante, sobretudo pela rede que construímos, pelo modo que afetamos e somos afetados, por ser agente no mundo e nos sentir útil. Mas há uma dureza inevitável.

Trabalhar em excesso pode estressar enormemente, nos fazer adoecer e até prejudicar relações próximas. Que possamos com frequencia estar revendo nossa lista de prioridades e ver o que é possível mudar na vida profissional. A busca de uma atividade de lazer, um hobby, pode fazer grande diferença.

Relações trabalhistas injustas podem ser fonte de intenso sofrimento. O trabalho pode chegar a se tornar algo muito desprazeroso. Temos que sempre estar nos avaliando para buscar uma mudança possível.

É preciso aproveitar períodos em que estamos com gás total para fazer cursos de aperfeiçoamento de nossa vida profissional. Outras etapas podem vir em que o foco de nossa vida poderá pender para outro lado, não menos importante.

A prática profissional se mostra, em alguma medida, distanciada das idéias teóricas que aprendemos na faculdade, o que nos impulsiona a ir em busca de outros conhecimentos e de construir conhecimento próprio. "Toda teoria é cinza, só é verde a árvore de frutos dourados que é a vida." (Goethe)


REFLEXÕES GERAIS

Perdas fazem parte da vida. A gente nem sempre ganha, nem sempre consegue o que quer, na hora que quer. "O começo da sabedoria consiste em aceitarmos que perder também faz parte do jogo. Quando isso acontece, ganhamos algo extremamente precioso: ganhamos nossa possibilidade de ganhar" - Hélio Pellegrino. Enfim, precisamos perder para ir rumo a outras conquistas, abrir caminho ao novo.

Tudo chega ao fim: tudo passa - sejam momentos felizes, sejam situações de tristeza. Temos que ter a serenidade de aceitar o fim de um ciclo.

À vezes, por mais que o que foi buscado foi uma mudança para melhor, a vida pode vir e nos trazer vivências negativas, o que de alguma forma pode nos trazer amadurecimento. É o risco que corremos: fazemos nossas escolhas sem saber no que vai dar ("Pessoas pedem o que não tem noção do que seja" - Viviane Mosé). Nem tudo sai como pensamos. Mas sempre podemos escolher outras alternativas se estiver muito fora de nosso propósito priorítário e ir aprendendo com o imprevisível da vida - que expõe nossa vulnerabilidade e fragilidade de ser humano.

A insatisfação impulsiona ao novo. O novo pode nos trazer um desconforto inicial. Com o tempo, vamos nos adaptando e sentindo com alegria a chegada de novas realizações.

É fundamental termos desejos, novos sonhos. Mas sem criar expectativa, sem ansiedade, para que a vida se encarregue de ir realizando aquilo que tanto queremos, a seu tempo.

Buscar o equilíbrio de nossa vida envolve diferentes áreas dela, um leque de possibilidades, que pode ser a chave da porta que conduz à felicidade que tanto almejamos - e que se encontra em nosso mais profundo interior.

Quando a gente pensa que já mudou demais, que nenhuma outra mudança maior virá... ledo engano! Sempre pode vir mais uma mudança ainda. Será esse o segredo da vida? Um continuum sem fim de mudanças...


RELAÇÕES AFETIVAS

É essencial que estejamos abertos ao amor, contudo, sem criar expectativas, apenas ir vivendo.

Amar envolve riscos. Não dá para evitar!

Nossa capacidade de fazer amigos, de tecer novas redes, de dar continuidade a planos e projetos será mantida mesmo que desbravemos mares distantes dos iniciais navegados.

A crise numa relação muito próxima pode significar o início de uma relação mais madura, harmonica e mais feliz. Para se construir algo melhor, é preciso cair o que já não serve mais.

Construir, manter e solidificar vínculos afetivos com as pessoas são uma das coisas mais preciosas da vida.

Para terminar, um lindo texto de Hélio Peregrino:

"Viver, essa difícil alegria. Viver é jogo, é risco. Quem joga pode ganhar ou perder. O começo da sabedoria consiste em aceitarmos que perder também faz parte do jogo. Quando isso acontece, ganhamos algo extremamente precioso: ganhamos nossa possibilidade de ganhar. Se sei perder, sei ganhar. Se não sei perder, não ganho nada, e terei sempre as mãos vazias. Quem não sabe perder, acumula ferrugem nos olhos, e se torna cego – cego de rancor. Quando a gente chega a aceitar, com verdadeira e profunda humildade, as regras do jogo existencial, viver se torna mais do que bom – se torna fascinante. Viver bem é consumir-se, é queimar os carvões do tempo que nos constitui. Somos feitos de tempo, e isso significa: somos passagem, somos movimento sem trégua, finitude. A cota de eternidade que nos cabe está encravada no tempo. É preciso garimpá-la, com incessante coragem, para que o gosto do seu ouro possa fulgir em nosso lábio. Se assim acontece, somos alegres e bons, e a nossa vida tem sentido".

Um comentário:

  1. Oi querida, tem um selo pra você lá no What Mommy Needs. Veja: http://www.whatmommyneeds.net/2010/12/maes-pro-futuro.html

    Beijão

    ResponderExcluir