quinta-feira, 1 de abril de 2010

O Silêncio diante do Real: a Partida e a Chegada


“Sempre é preciso saber quando uma etapa chega ao final...
Se insistirmos em permanecer nela mais do que o tempo necessário, perdemos a alegria e o sentido das outras etapas que precisamos viver.
Encerrando ciclos, fechando portas, terminando capítulos, não importa o nome que damos o que importa é deixar no passado os momentos da vida que já se acabaram.
Encerrando ciclos. Não por causa do orgulho, por incapacidade, ou por soberba, mas porque simplesmente aquilo já não se encaixa mais na sua vida.
Feche a porta, mude o disco, limpe a casa, sacuda a poeira. Deixe de ser quem era, e se transforme em quem é. Torna-te uma pessoa melhor e assegura-te de que sabes bem quem és tu próprio, antes de conheceres alguém e de esperares que ele veja quem tu és...
E lembra-te:
Tudo o que chega, chega sempre por alguma razão.” (Fernando Pessoa)

Fiquei um tempo sem escrever. Mudanças aconteceram, me emudeceram, me fizeram silenciar para que em algum momento eu pudesse voltar a falar.

Tive que dizer adeus a algo que me era muito precioso. Contudo, já era hora de partir. Tudo tem seu fim. Mas não deixa de doer. Ainda sinto as mudanças e me dá uma nostalgia, como se fosse uma perda. Talvez seja mesmo, afinal de contas, como tanto repito, toda escolha implica em perda. O fim de um ciclo, uma etapa que termina, o conhecido e familiar que se vai para que um novo caminho possa adentrar em cena.

E o que vinha, veio e se foi. Mal cheguei, e já fui. E uma (mais uma!)nova situação se fez presente. Acabei de partir, e agora chego num novo lugar. Novas pessoas, novas possibilidades se abrem, novos planos, projetos e sonhos. E o principal é viver o agora, é batalhar, dar o melhor de si e ver que frutos serão colhidos com o passar do tempo.

Há situações que não se encaixam mais. E temos que ir em busca de novos caminhos mesmo. E então novos caminhos aparecem no novo mapa que traçamos para nós. E como é difícil aceitar que não temos tanto o controle das situações de nossas vidas. Que o imprevisível pode vir a qualquer hora e nos fazer enxergar rumos inesperados. E nos afetamos tanto! Quando vamos aprender a não nos afetar tão grandemente assim? Talvez tenhamos que aprender a ser humildes, de fato, e ver que a liberdade é encaixar nosso desejo na brecha que o universo nos permite. Não estamos tão sós, não estamos desconectados, mas fazemos parte de um todo bem maior que nós e temos que estar atentos para aprender nessa escola chamada vida.

Afinal, tudo que chega, chega sempre por alguma razão. Já dizia o grande poeta.

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